Vigiai os vossos filhos: todos têm nos lábios a
sabor de mel da diablerie.
— "Livro de Nod", Provérbios
O ano de 1381 é marcado pela revolta camponesa liderada por Wat Tyler. Ele liderou um grupo de dez mil camponeses que foram a Londres exigir uma audiência com o rei. |
Wat Tyler |
As zonas rurais da Inglaterra foram devastadas pela Peste Negra em 1349, doença fatal para um terço da população. A desgraça foi causa para uma grande falta de mão-de-obra e o antigo sistema feudal, em que os camponeses eram posse de um senhor, viria a cair. Para os senhores, era como se a ordem tradicional estivesse a terminar. Para não perderem o controle, fizeram vigorar em parlamento decisões para beneficiarem o seu domínio. A situação ficou difícil de conter devido ao fato de o governo exigir o tributo de um xelim para alimentar a guerra com a França. Assim cada pessoa via-se na exigência de pagar o impostosem que os seus rendimentos fossem levados em conta.
Com as revoltas que emergiam, muitos cobradores de impostos viam-se expulsos dos locais para onde se deslocavam. No século XIV começaram a aparecer em cena “pregadores radicais”, conhecidos por sacerdotes de segunda categoria. Na Inglaterra, andavam de aldeia em aldeia pregando a igualdade para os camponeses, e provocando os mesmos para a rebelião. Apesar da falta de ordem no centro de Londres, os organizados rebeldes de Kent e o seu representante ,Tyler, em 15 de Junho, foram ao encontro do rei. O encontro com o rei foi em Smithfield. Apesar do número de rebeldes, somente Tyler e um companheiro foram dialogar com o rei, colocando condições parecidas com as dos rebeldes de Essex. Provavelmente Tyler não estava informado do sucedido. Para além do que fora acordado entre os rebeldes de Essex e o rei, ou seja, liberdade dos camponeses e fim de toda a autoridade, salvo a do rei, Tyler pressionou o rei para que as terras de pertenciam a igreja fossem entregues aos camponeses.
A tensão era tal que Tyler, após beber um pouco de cerveja voltando-se para montar o cavalo, tocou na espada. Quando Tyler tocou na espada, Walworth, o prefeito de Londres, com medo que fosse um ataque ao rei, tirou a vida a Tyler. Ao ver isso, os rebeldes prepararam os arcos longos para combater, mas o rei corajosamente, gritou: "Serão capazes de matar o vosso rei?" Como os rebeldes nunca procederam contra o rei, baixaram as armas e deixaram-se levar. De inicio parecia que tudo correra bem, excetuando a morte de Wat Tyler, mas rei acabou por castigar os cabecilhas dos rebeldes. As concessões feitas nas negociações acabariam por ficar nulas.
A guerra dos cem anos (1337-1453) que opôs a Inglaterra com a França prejudicou a população e com as catástrofes do século XIV a população diminuiu bastante. Nos campos, os senhores feudais, exerciam pressão sobre os camponeses para que estes trabalhassem mais. Dai a rebelião liderada por Tyler, na Inglaterra, em 1381, e a “jaquerie”, francesa, em 1382. Essas rebeliões foram um fracasso, mas foi após elas que o sistema feudal começou a enfraquecer. Os senhores feudais, mais tarde, teriam de vir a reconhecer o trabalho assalariado em detrimento do servil.
Assim sendo ,apesar do fracasso, a rebelião de Tyler foi o inicio de mudanças que abalariam a nobreza.
No leste europeu os Voivodes Tzimisce ainda mantinham o controle sob suas terras com punhos de ferro, em especial na Transilvânia. Mas os turcos ameaçavam o poder , não só dos Tzimisce, mas dos Ventrue e dos Tremere, que tentavam sobreviver aos ferozes ataques dos Tzimisce. Uivando por sangue, junto aos turcos, os sedentos assamitas, após a tomada de Jerusalém, miravam as terras a Oeste. Um assamita em particular cada vez mais tornava-se um biocho papão entre os anciões cainitas do Leste europeu, conhecido apenas pela alcunha de "O colecionador de espadas."
A cidade de Sofia caiu em 1382. Mais tarde sob liderança de Bayezid, também chamado de Bajazeto, o Relâmpago (em turco: Yıldırım Bayezid), que foi o quarto sultão do Império Otomano de junho de 1389 até 1402, filho de Murade I, neto de Orcano I e bisneto do fundador da dinastia, Osmã I, os turcos subjulgaram a Bulgária e ficaram na fronteira com a Hungria. |
Bayezid |
Na Espanha a inquisição lançava medo entre os cainitas mais velhos, que buscavam refúgio e ordenavam suas crias manterem sob controle os soldados da igrteja, enquanto falavam a respeito de uma união vampírica, a Camarilla. A Camarilla seria uma entidade cainita com uma rígida estrutura baseada na geração, onde cada jovem vampiro tinha pouco a ganhar.
A brujah Patrícia Bollingbroke, inspirada em seu amante humano, Wat Tyler, liderou uma rebelião na península Ibérica em 1385, que contou com a presença do Tzimisce Demetrius, que havia participado da entrega do corpo de Goratrix, a pedido do Tzimisce Mika Vykos, para a Coterie que estava em divida com Vykos desde a construção da fortaleza de Tihuta , a pedido do príncipe Vencel de BudaPeste, a serviço do conselho das cinzas. Os seguidores de Patrícia passaram a ser chamados de anarquistas, rejeitando os pedidos de seus senhores e dos anciões .
Em 1405 acontece um divisor der águas para a história cainita: Anarquistas entre os Lasombra diablerizaram o próprio antedeluviano , e se libertaram, aparentemente, da tirania das gerações. Nenhum ancião estaria mais a salvo. Os jovens Tzimisce , então, passaram a falar entre si que os Lasombra deveriam ser imitados... |
O antedeluviano Lasombra encontrou seu fim? |
Neste interim tribos ciganas chegaram ao Leste europeu pela primeira vez em larga escala, e entre eles estão os Ravnos, para desgosto dos Gangrel, causando desordem por onde quer que passem...
E é neste cenário que iniciamos o Ato III de nossas crônicas. O ano é 1413 e após toda tensão que foi a entrega de Goratrix aos Tremere, enfrentando os últimos avanços do demônio Kupala até ser acorrentado pela teia geomantica do Nosferatu Zélios, com as ultimas runas esculpidas em Ceoris, pelo próprio Etrus, e no castelo da família Bassarab, onde a Coterie descobriu que o irmão vampiro de Sherazhine, sua aliada na construção da fortaleza do passo de Tihuta, o louco Dragomir havia cometido o amaranto no tataravô de Sherazhine, o Voivode Tzimisce Vintila Bassarab.
Nina e Balthazar ,a Tremere e o Tzimisce Koldun da Coterie, passam a ter sonhos premonitórios com o grupo e resolvem enviar cartas para que a coterie se reúna novamente. Espantados pelos rivais Tzimisce e Tremere terem tido premonições e sonhos semelhantes, e sabendo do poder destas premonições desde o caso com Octavius, o grupo se reúne jo refúgio de Lucius. Os sonhos premonitórios previam turbulências para aqueles cainitas novamente. O destino de fato zombava deles, já que alguns ali passaram a se odiar cada vez mais. Nina e Balthazar tinham seus clãs em guerra, o Lasombra Demetrio já era visto com maus olhos depois dos abusos que fez a Sherazhine no passado, e agora com a notícia da Diablerie do Antedeluviano Lasombra pelos próprio Lasombras só colocava Demetrio sob mais vigilância de seus "companheiros" ,em especial Lucius e Darius, que haviam criado certo vinculo com a ex- escrava Sherazhine. o cruzado inglês Ventrue Mark Miles e o Brujah Andras tinham certa indisposição um com o outro devido a animosidade existente entre seus senhores e a Toreador Eliza parecia só se importar com seu status e crescimento de poder, fazendo parceria com ricos Ventrue que se aproveitavam do status que havia conquistado após a construção da fortaleza de Tihuta e a prestação de favores a cainitas poderosos como Vykos, Vencel, Radu e até mesmo o próprio Tremere.
No meio das discussões da Coterie uma visita não agendada interrompe o falatório. Quando Lucius atende a porta, Anatole irrompe a sala, deixando Lucita na porta, em um estado de nervosismo enorme, de aparência exausta e extremamente sujos, Lucita ainda tentava manter a calma e compostura: "Santuário! Santuário aos perseguidos! Bem aventurados aos que tem misericórdia sobre os indefesos! Não virem as costas para quem o próprio Deus favorece e o homem despreza!"
Espantado Lucius coloca Lucita para dentro, afinal são velhos amigos, mas ,ainda assim, todo cuidado é pouco: Notícias de que Anatole estaria envolvido com diablerie haviam corrido...
Lucita agradece e explica a situação: Eles estariam vindos das terras ocidentais da Europa, viram o que estava acontecendo na Espanha, França e Alemanha. A inquisição estava destruindo inúmeros cainitas...Muitos sabiam exatamente como lidar com os vampiros. Eles estavam fugindo de um caçador de bruxas em especial: O devorador de Pecados. Um homem que parecia estar em todos os lugares, expurgando o que julgasse ser o mal. O nome do caçador era proveniente a uma figura que ganhava notoriedade no folclore inglês, uma pessoa que, através de meios rituais, por meio de comida e bebida assume os pecados de uma pessoa, muitas vezes por causa de uma morte recente, assim absolvendo a alma e permitindo que a pessoa descanse em paz. O devorador de pecados é considerado uma forma de magia religiosa. E no caso do caçador...Ele trocava a comida e a bebida do ritual por sangue cainita. Enquanto Vampiros e mais vampiros sucumbiam a igreja e ao devorador , o Ventrue George , na Inglaterra, irrompia discursos de união para proteção da sociedade vampírica ao lado do torturado Toreador Andreas. Lucita revela ainda que a decisão de vir buscar abrigo com eles era por conta das visões de Anatole, visões estas que se assemelham as visões de turbulência que Nina e Balthazar haviam tidfo, mas com mais informações...Um objeto central pairava no centro das turbulências, um peitoral de ouro com inscrições que trariam mais verdades sobre a história pregressa e futura dos vampiros. Lucita também conta sobre a inquisição na Península Ibérica, França e Itália, e dos inquisidores d evestes negras conhecidos como torturadores, que faz com que Eliza estremessa, afinal ela viu representantes da igreja com aquelas vestes ali nas terras do leste. Já outro países passavam a ter problemas graças a rebelião que Tyler havia iniciado em Londres. A repercussão estava longe de acabar, muitos estavam seguindo os passos daquela revolta, e isso somado aos jovens vampiros se rebelando contra seus senhores, devido ao fatos destes mesmos jovens terem sido ordenados a morrer nas mãos da inquisição para que os velhos anciões pudessem sobreviver, estava trazendo um novo mundo que se ergueria das cinzas de jovens ou de seus senhores. Com isso a Coterie lembrava-se das palavras do ardiloso Goratrix contra Tremere e sua maldita hierarquia e rituais que o faziam estar presos sob correntes invisíveis. Lucita está infeliz com seu clã e a destruição de Lasombra,e, assim como Demetrio, também estava marcada como traiçoeira. Ela lembra, também, do Tzimisce Demetrius, que segue ao lado de Patricia convertendo os jovens e os convencendo a se rebelar contra seus senhores, suas mãos tremem quando ela lembra de Demetrius arrancando a pele e os músculos de um ancião brujah na peninsula Ibérica.
Neste instante o corpo de Anatole começa a brilhar suavemente, fazendo todos darem um passo para trás assustados. O que estava acontecendo? |
Anatole |
"Deus não esqueceu de vocês e os marcou. Preparem suas almas. É tempo de tribulações."
O Malkaviano cai no chão desacordado e Lucita explica que aquela não era a primeira vez que aquilo acontecia...
Um emissário de Radu chega com um comunicado do príncipe logo após a inusitada situação que ocorreu, não dando mais tempo para que novas perguntas fossem feitas quanto a situação que haviam acabado de presenciar. O comunicado do príncipe Tzimisce informava que precisava ver os membros da Coterie com urgência. Aproveitando o interim, Anatole e Lucita, após se aprumarem na residência de Lucius, decidem acompanhar o grupo para se apresentarem a Radu.
Na mansão de Radu o grupo fica pasmo ao encontrarem na corte do príncipe seus senhores, com a exceção do senhor de Darius, transformado em um terrível Gárgula pelos Tremere durante os eventos de escolta de Goratrix. Radu fica contente me receber Lucita e Anatole, afinal , receber notícias de longe é um luxo na Transilvania. Mas a pergunta que assombra a Coterie torna-se um elefante na sala: O que seus senhores estavam fazendo em Bistriz? Depois de uma breve conversa em grupo, cada um dos senhores decide conversar em particular com suas crias. O assunto para todos é o mesmo: "A descendência vil e ingrata dos anarquistas." Após discursos inflamados sobre união, cada senhor pede ou exige, dependendo do caso, que suas crias bebam de seu sangue e façam um juramento. De mal grado cada um dos membros bebe de seu senhor, encurtando o caminho para o laço de sangue. Depois pedem , mais uma vez, um favor: Ajudar a Ventrue Nova Arpád, príncipe de Mediash. O grupo conhece o poder e influencia da família Arpad, dominada pelo poderoso Bulscu, um dos vampiros mais poderosos de toda Transilvânia, e senhor dos príncipes das duas cidades mais poderosas da região, da qual inclui Vencel Rickard, de Budapest. O grupo também sabe que Nova é uma das vítimas do antigo rival do grupo, o Gangrel Mitru, príncipe de Klausenberg, também conhecido como o caçador, afastado do sangue da Coterie graças aos poderes de presença de Eliza. Mitru, enquanto ainda era mortal teria conseguido a façanha de empalar Nova, o que motivou Arnulf a abraça-lo.
O motivo da prestação de serviço a Nova Arpad não havia sido revelado , e o grupo teria que descobrir pela boca da Príncipe de Mediash. Mais uma vez o grupo estava unido na estrada rumo a uma nova missão que poderia custar suas não vidas por conta de seus senhores egoístas.
Quando finalmente chegaram a Mediash e se aproximaram do castelo de Arpád se depararam com uma situação que provavelmente é corriqueira no oeste: Um camponês desafiava os guardas de Arpad e cobrava por justiça: "Essa caricatura de justiça deve acabar! Os senhores devem parar as depredações ! Demos sangue pelo prazer deles! Seus apetites perversos devem parar! É hora de nos unirmos!"
O grupo decide por não intervir na situação e os guardas levam o pobre camponês para dentro do castelo. Outros vem receber o grupo e levá-los a presença de Nova Arpad.
Nova Arpad é linda. Longos cabelos negros e frios olhos azuis emanam uma realeza impiedosa daquela mulher, que quão logo abre a boca revela seus escrúpulos e maldade ao convidar o grupo para assistir a punição do jovem transgressor, enquanto oferece camponeses para matar a sede dos vampiros cansados da viagem de Bistriz até Mediash. Tão logo o discurso de punir os transgressores cessa, Nova inicia o discurso que apresenta suas demandas: "Me ajudando estarão ajudando os mais velhos. Me auxiliando estarão auxiliando os antigos. Mostrando lealdade e determinação para com nossa sociedade. Uma peça de joalheria foi roubada de mim. A quero de volta. A quero de volta junto ao ladrão que a levou para que ele possa ser devidamente punido. Ciganos chegaram aqui e tenho motivos para acreditar que um deles teve acesso a meu tesouro. Preparei uma lista com as joias perdidas, mas suponho que algumas já devam ter sido vendidas ou trocadas. Mas o mais preocupante é uma peça em particular: Um peitoral de ouro ornamentado e gravado com símbolos ancestrais, presente de meu senhor que recebeu do seu. É uma antiguidade inigualável. Vocês precisam ir ao acampamento da tribo Tonoru e trazer de volta o ornamento. E é claro, eu os recompensarei. Os ciganos se foram a dias, mas não deve ser dificil achar eles: A tribo estava indo para Kronstadt, e vai ser fácil interceptarem eles, levando em consideração que eles sempre param e acampam por dias." Após mais falas de Nova sobre torturar e punir transgressores, ela apresenta um assamita contratado para auxiliar o grupo: Alu.Por fim ela oferece acomodações para que possam se organizar e passar o dia. |
Nova Árpad |
Graças a precisão e noção exata do tempo de Andras, o grupo cronometra para que sua chegada as portas de Kronstadt seja logo após o crepúsculo, para que possam aproveitar as horas da noite para a empreitada, e encontram o acampamento cigano com muita atividade. O cheiro de guisado permeia o ar, misturando-se com os habitantes humanos e os animais. Parece estar ocorrendo uma festa, músicos tocam melodias selvagens, mas estranhamente evocativas para seu próprio entretenimento. São cerca de 3o adultos e 15 crianças, fora os visitantes de Kronstadt, atraídos ao acampamento Toneru para realizar trocas comerciais ou distraírem-se do tédio junto aos exóticos forasteiros.
O grupo decide entrar em Kronstadt , com a exceção de Darius que tenta investigar o acampamento cigano utilizando ratos como espiões , abusando de seu poder de animalismo. Dentro da cidade a Coterie tenta buscar uma estalagem, mas nota uma cidade hostil a eles...Ninguém é deliberadamente rude, mas a sensação estranha que paira no ar incomoda a todos e tudo fica claro quando eles observam com mais calma ao redor: Padres e procissões, torturadores da inquisição com seus mantos negros e símbolos cristãos espalhados por todos os locais. Talvez tenham cometido um erro...
Sem resultados com os ratos Darius decide ir por si mesmo até o acampamento cigano. Ele é muito bem recebido, e convencido a visitar a tenda de Delizbieta, uma cigana que só trabalha a noite e pode prever o futuro. Ao ler o futuro de Darius, Delizbieta revela as mesmas premonições quanto as previsões de Balthazar e Nina, além das visões de Anatole. Darius também percebe que por baixo da manta de Delizbieta um adorno peitoral dourado cintila. Após se despedir de Delizbieta com um caloroso "Seja bem vindo, fique a vontade e desfrute dos talentos de nosso povo, pois poucos são aqueles que andam debaixo das estrelas."
O grupo decide deixar a cidade e se encontrar com Darius no acampamento cigano. Após a calorosa recepção da tribo, fogo e gritos cortam a noite. Ciganos apavorados e o barulho das montarias quando os cavalos dos soldados de Kronstadt irrompem o acampamento são os responsáveis. Uma figura em vestes sacerdotais grita: "Hereges! Pagãos! Bruxas! Adoradores de Satanás! Preparem suas almas para as chamas do inferno!"
Delizbieta corre até Darius e segura seu braço: "Ajude-nos!E vai ter o que quer! Eu juro!'